Zona de Desenvolvimento Sustentável Abunã-Madeira

Proposta de criação de zona de desenvolvimento sustentável incentivou desmatamento e degradação florestal na fronteira entre os estados do Amazonas, Acre e Rondônia

Atraídos pelo anúncio do projeto da Zona de Desenvolvimento Sustentável Abunã-Madeira, que pretende criar um polo agrícola inspirado no Matopiba, posseiros e grileiros fizeram disparar o desmatamento na região entre 2018 e 2022, mostra o estudo é desenvolvido por pesquisadores brasileiro e foi intitulado AMACRO: the newer Amazonia deforestation hotspot and a potential setback for Brazilian agriculture.

A Zona de Desenvolvimento Sustentável (ZDS) Abunã-Madeira, possui uma área de pouco mais de 454 mil km² engloba 32 municípios localizados na fronteira entre o sul do Amazonas, o leste do Acre e o noroeste de Rondônia, e abriga cerca de 1,7 milhão de pessoas.

Fonte: AMACRO: the newer Amazonia deforestation hotspot and a potential setback for Brazilian agriculture.

O objetivo do projeto de zoneamento é fomentar a sustentabilidade ambiental por meio do desenvolvimento socioeconômico da região. A inspiração, porém, vem da explosão de produção agrícola que foi verificada, nos últimos 20 anos, no chamado MATOPIBA. A sigla MATOPIBA identifica uma área que se espalha pelos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, e que estava originalmente coberta pelo Cerrado.

Análises de dados de sensoriamento remoto feitas pela equipe da Unesp, indicam que os municípios que integram a ZDS Abunã-Madeira responderam por 76,5% da taxa total de desmatamento registrada nos estados do Amazonas, Acre e Rondônia entre os anos de 2018 e 2022. Somente em 2021, 64% do desmatamento nessa área se deu em terras públicas.

Fonte: AMACRO: the newer Amazonia deforestation hotspot and a potential setback for Brazilian agriculture.

Estudos recentes indicam ainda que a conversão do uso da terra na região está ligada principalmente à grilagem de terras, à exploração madeireira e às queimadas, fatores que levam à degradação florestal, ao desmatamento e à expansão do arco de desmatamento para áreas florestais preservadas.

Ao cruzar dados de desmatamento do Projeto de Monitoramento do Desmatamento da Floresta Amazônica por Satélite (Prodes), coordenado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), com informações do Sigef sobre posse de terra entre 2012 e 2022, os autores do estudo observaram que, em valores absolutos, o desmatamento aumentou em todos os tipos de classes fundiárias, mas de forma alarmante nas unidades de conservação — sobretudo desde 2018, quando a ideia de projeto da ZDS Abunã-Madeira se popularizou.

O estudo completo pode ser acessado na revista Perspectives in Ecology and Conservation.

Acesse o texto original e completo em Jornal da UNESP.

Fonte: Rodrigo de Oliveira Andrade. Jornal da UNESP. 2024.

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