Observatório Socioambiental de Rondônia promoveu evento sobre monitoramento territorial

O Observa Rondônia elaborou um workshop com diversas entidades para discutir como ferramentas de monitoramento podem ser úteis para as tomadas de decisões em prol da proteção e restauração ambiental de territórios e unidades de conservação.

Nos dias 01 e 02 de novembro de 2023 foi realizado no Centro de Cultura e Formação Kanindé o “Workshop de Ferramentas de Monitoramento e Inteligência Territorial” executado pelo Observatório Socioambiental de Rondônia. O encontro reuniu vários órgãos públicos e a sociedade civil como, Associação Kanindé, Ação Ecológica Guaporé – Ecoporé, Instituto Centro de Vida – ICV, SEDAM, ICMBio, IBAMA, Associação do Povo Indígena Uru Eu Wau Wau – Jupaú, Associação Metareilá do Povo Indígena SuruÍ e Associação dos Moradores da Reserva Extrativista Rio Preto Jacundá – ASMOREX.

O objetivo do encontro foi apresentar diversas metodologias e ferramentas de monitoramento territorial, bem como difundir as possibilidades de uso de geotecnologias na proteção e controle de territórios e criar estratégias para a eficácia da proteção dos territórios indígenas e das unidades de conservação de Rondônia.

O monitoramento territorial tem se mostrado uma ferramenta estratégica no combate às ações humanas prejudiciais à Floresta Amazônica e a outros biomas brasileiros. A compreensão das mudanças na Floresta Amazônica é essencial para traçar estratégias eficazes de conservação e recuperação. Isso envolve a análise de dados de sensoriamento remoto, imagens de alta resolução e a utilização de ferramentas de monitoramento avançadas. O monitoramento não se limita apenas à identificação de problemas, mas também à subsidiar estratégias e avaliar o sucesso de medidas de proteção aos biomas e aos modos de vida.

O evento partiu de um diálogo geral de ferramentas de monitoramento, principalmente de sistema de informação geográfica, SIG, para uma exposição da forma como é feito o monitoramento nos órgãos e comunidades. Partiu-se do princípio da práxis, atravessando a teoria e possibilidades, para o campo e os usos que já vem sendo feitos. Deste modo, todas as entidades presentes foram contempladas para exporem suas ações e tomarem parte no diálogo. Ao fim, executou-se em conjunto uma sistematização da temática partindo das ferramentas aos usos e dificuldades.

O povo Jupaú, um dos povos que mais sofrem com invasões, grilagem de terras e desmatamento em Rondônia, uma das lideranças Jupaú presente denunciou o descaso e a ineficiência das ações dos órgãos em defender o território, disse também que, “eu tenho medo que algo possa acontecer com minha família, assim como já aconteceu com meu tio Ari Uru Eu Wau Wau, que foi assassinado por defender seu território”. O relato reforçou que o Estado ao não cumprir seu papel no território, força os indígenas, para proteger seu território, a se exporem a situações que deveriam ser realizadas pelas forças estatais.

Outro resultado do encontro foi a criação de um Grupo de Trabalho sobre Monitoramento. Uma proposta de cooperação interinstitucional que visa promover um espaço para diálogos entre as comunidades e órgãos, busca-se a partir do GT unir forças em defesa do meio ambiente e das comunidades tradicionais pensando de modo articulado. 

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