Projeto monitora publicações que promovem discursos antiambientalista e negacionista científicos no Brasil e no mundo.
Estudo da coalizão Climate Action Against Disinformation encontrou mais de 65 mil postagens apenas no antigo Twitter, com linguagem empregada para distorcer os discursos pró-meio ambiente, além de 34 mil posts com mensagens ofensivas a pessoas ou ações a favor do meio ambiente. Na Amazônia, o discurso de ódio contra ativistas e lideranças segue padrão semelhante, segundo monitoramento do Mentira Tem Preço.
A investigação encontrou ataques de usuários formadores de opinião e até integrantes do governo contra lideranças e políticos que defendem a Amazônia e a pauta ambiental.
O ciclo vicioso dos discursos de ódio e de desinformação na internet alimenta a violência no mundo real e vice-versa. Um exemplo foi a emboscada sofrida pela ativista Ivaneide Bandeira, Neidinha, no final do ano de 2023 em Rondônia.
Um outro levantamento do Mentira Tem Preço descobriu como o governo Bolsonaro criou para os seus adeptos uma Amazônia absolutamente fictícia, que não tem nenhum paralelo com a realidade. Os vários fatos desconectados estavam espalhados em 400 vídeos no YouTube, com cerca de 70 milhões de visualizações e 67 milhões de interações.
Lori Regattieri, pesquisadora associada ao Netlab, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e doutora em comunicação e cultura, afirma que o cotidiano vivido por várias lideranças indígenas é resultado de uma “dinâmica complexa” e está, sim, relacionado com os discursos de ódio online: “a desinformação e a retórica inflamada nas plataformas digitais não apenas refletem, mas exacerbam tensões e conflitos reais. É um fenômeno que transcende um ciclo vicioso isolado”, explica.
Acesse os resultados do projeto Amazonas: mentira tem preço.
Leia o texto original e completo em: Discurso de ódio mira ativistas climáticos e defensores da Amazônia nas redes
Fonte: Eduardo Geraque. Infoamazônia. 20 dez 2023.