Dia da Amazônia e Seca em Rondônia: Rio Madeira marca menos de 1 metro

MAB RONDÔNIA

O Dia da Amazônia é marcado por recordes da seca, incêndios criminosos, cortina de fumaça e mobilização dos movimentos sociais em Porto Velho.

Dia 5 de setembro foi definido como o Dia da Amazônia e as notícias são alarmantes.

Seca no Rio Madeira

Na manhã desta quinta-feira, o sistema de monitoramento do Serviço Geológico do Brasil (SGB) informou que o Rio Madeira em Porto Velho atingiu cota de 96 cm. Esta cota é a menor registrada pelo SGB em 57 anos, período que a empresa pública monitora o nível do Rio.

A situação já vem provocando o isolamento de comunidades ribeirinhas do Baixo Madeira, fato que ameaça seu abastecimento e modo de vida. Situação discrepante, uma vez que o reconhecimento/ modo de vida ribeirinho se dá a partir do rio, em consonância e em estreita correlação. Mas que rio, o que secou?

Usinas Hidrelétricas do Rio Madeira

O mesmo Rio Madeira, a montante das comunidades ribeirinhas do Baixo Madeira encontra-se estancado por duas das maiores usinas hidrelétricas do país: UHE Santo Antônio e UHE de Jirau.

Devido a estiagem, a UHE Santo Antônio está operando com apenas 14% das turbinas e segundo a Eletrobras, controladora da Hidrelétrica Santo Antônio, não há previsão de parada total na geração, mas não descarta a medida caso a vazão do Rio Madeira reduza mais.

A Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) estabeleceu a bandeira vermelha patamar 1 para todos os consumidores brasileiros devido a necessidade de acionamento de usinas termoelétricas. Assim, devido a seca, as contas de energia ficarão mais caras para os consumidores e a produção de energia será mais poluente, uma vez que as usinas termoelétricas produzem energia elétrica a partir da queima de carvão mineral, gás natural, madeira e bagaço de cana-de-açúcar.

A sociedade civil e científica, desde os projetos hidrelétricos já vinha apontando que as usinas poderiam agravar quadros de seca no Rio Madeira. Mesmo assim os projetos caminharam e as usinas, ao alterarem todo o regime do rio, intensificam o quadro de seca, assoreamento e mortalidade da fauna.

Movimentos sociais cobram medidas

As medidas emergenciais adotadas pelo Estado, principalmente a Prefeitura de Porto Velho, tem sido incapazes de arrefecer o quadro de insegurança para as comunidades ribeirinhas. Assim, as demandas destes se somaram a mobilização nacional na “jornada de luta pela defesa da Amazônia e da vida digna“.

O Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) e o Grito dos Excluídos e Excluídas organizaram uma mobilização em frente a Prefeitura de Porto Velho cobrando um plano emergencial de atendimento as famílias atingidas pela crise hídrica e climática.

A mobilização integrou um movimento nacional de articulação da sociedade civil que registrou atos em 18 estados, tanto da Amazônia Legal, como em outras regiões do país.

Em conjunto, foi lançado um manifesto em Defesa da Amazônia, assinado por mais de 200 organizações, redes e parlamentares. O documento visa alarmar sobre a crise ambiental desencadeada pelo agronegócio, mineração e projetos de produção de energia que atingem a saúde e segurança da população.

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